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Os impactos da Covid 19 no Turismo

 E de repente, algo que parecia distante chega ao Brasil. Da noite para o dia somos pegos de surpresa com o avanço rápido da epidemia no mundo e números iniciais em nosso país. Diversas empresas tomaram a decisão de restringir viagens internacionais e outras em reduzir as viagens nacionais. O lazer, juntamente com o corporativo, começa a sentir dos efeitos daquela que hoje é considerada a maior crise da nossa história, sem precedentes. E os fatos seguem acontecendo:

  • As redes de hotéis passam a receber cancelamentos e alterações;

  • Os eventos são adiados ou cancelados, em sua maioria;

  • Os cruzeiros são interrompidos;

  • São adotadas medidas restritivas em diversos países em relação a voos internacionais e domésticos;

  • Cias. Aéreas retiram seus voos do Brasil e de diversos países;

  • Aéreas nacionais reduzem frequências e cancelam destinos;

  • Demanda doméstica reduz mais de 70%;

  • Na mesma linha, diversas cias. aéreas e redes hoteleiras adotam medidas para apoiar os clientes que optaram pelo cancelamento ou alteração das datas das viagens;

  • Air BNB adota política de cancelamentos sem ônus por determinado período;

  • Medidas de quarentenas são adotadas em países e em diversos estados do Brasil;

  • Quase 300 mil pessoas são contaminadas no mundo (dados desta semana);

  • Brasil tem mais de 2500 casos confirmados;

  • USA tem número recorde de processos de seguro-desemprego;

O mundo vive uma pandemia generalizada com alto número de casos e de mortes provocadas pela doença e com impacto sufocante em toda a economia global, com milhares de desempregados.

Se formos falar de indicadores, ficarei um artigo todo apenas mencionando fatos relacionados ao tema. Mas em meio a isso tudo existem verdadeiros testes, em todos os sentidos:

Testes de planos de contingências das empresas – será que existia mesmo ou era apenas história de Power Point?

Testes de planejamentos estratégico – será que minha empresa estava preparada e fizemos o devido capital de giro necessário?

Testes de eficácia das ações tomadas;

Testes para isolamento familiar em um mundo cada vez mais distante e virtual;

Testes para a sustentabilidade – social, cultural, familiar e empresarial, e por que não falar, espiritual.

Para não ser um post polemico, não irei falar de política. Capítulo à parte e todos entendem, cada um tem a sua opinião e só nos resta o direito de respeitar.

Mas como será o turismo pós – Covid 19?

Não sou esotérico, mas existem indicadores e tendências que já podemos traçar alguns cenários, como por exemplo:

Começando por viagens corporativas – você acha que quando a economia retomar à ativa, as viagens retornarão na mesma proporção de antes? Não.

Empresários descobrirão que conseguiram sobreviver sem viagens por alguns meses e que a teleconferência ajudou bastante no período, por vezes até mais confortável e prática. Em razão disso, políticas de viagens sofrerão alterações, isso é fato. O movimento irá voltar sim, mas com um outro formato. Em função disso, os gestores de viagens precisarão estar atentos a novos modelos de gestão e as TMC´s preparadas “tecnologicamente” para atenderem essa nova demanda e com um portfólio diferenciado, com foco no cliente interno, externo e na sustentabilidade real dos seus negócios. Aqui recomendo aos consultores de viagens que aprimorem ainda mais as suas qualificações, sejam mais que um consultor: seja um expert em viagens e o seu lugar no mercado com certeza estará garantido. Creio que a retomada das viagens corporativas se dará no terceiro trimestre para o início de 2021.

E as viagens a lazer, como ficarão?

Acredito que primeiro semestre de 2021 elas ensaiarão um retorno, mas, vamos ser realistas? Os clientes que cancelaram serão os primeiros a remarcarem e essa retomada será de muitas remarcações para início destas novas viagens. Isso será o começo. Talvez, com promoções competitivas, o segmento de lazer se aqueça rapidamente, mas isso vai envolver uma grande estratégia de marketing atrativo de toda a cadeia de fornecedores: aéreas, hotéis, agencias, locadoras etc. Agências especializadas em nichos terão sucesso e sairão na frente.

Eventos

Os primeiros a serem cancelados e um dos primeiros a serem retomados, mas com moderação. Vejo oportunidades no segmento, entretanto, aqui faço um adendo – sairá na frente quem de fato investir em mão de obra especializada, técnica, que encante o cliente, mas que na prática entregue aquilo que prometeu. Como até lá teremos tempo, cada empresa poderá definir e implantar uma estratégia sustentável, inteligente e competitiva, com foco no serviço em tecnologia.

Consolidadoras

Assim como todo o mercado, estão sofrendo com a redução das vendas da pequena e média agência (foco desse segmento). Por lógica deverá haver novas aquisições, fusões e todas com foco na sustentabilidade dos negócios, principalmente em tecnologia. Mais uma vez reforço o que mencionei anteriormente: se fará necessário um bom planejamento empresarial e marketing à essas empresas. Quem estiver preparado e seguir demonstrando apoio ao agente de viagens sairá na frente em todos os aspectos.

Pequenas e médias agências

Hoje já existe uma campanha para diversos segmentos: priorize o pequeno e médio empresário. Os agentes de viagens desse segmento deveriam já começarem a “surfar nessa onda”, a hora é agora, não esperem. Foquem em NICHOS! Tenham um controle rígido dos seus negócios, principalmente em relação a custos. Importante estarem de olho no BNDES, vale a pena olharem os empréstimos a pequenos e médios empresários. Por outro lado, a ABAV vem tentando junto ao governo federal, apoio específico a esse segmento. Aproveitem esse momento para revisarem suas estratégias e elaborarem um planejamento. Não é hora de reclamar, tempo de crise é tempo de oportunidade! Toda crise PASSA!

E o mesmo vale para as operadoras, que deverão ampliar seus portfolios, revisarem suas estratégias, custos e perfis. Quanto mais segmentadas e com uma estratégia assertiva, mais sucesso terão.

E o mercado em geral, como poderá ficar?

Estamos vendo indicadores com previsões das redes hoteleiras fecharem 2020 com 40% de ocupação e, por consequência menores tarifas disponíveis para o mercado. Possivelmente existirão aquisições de empreendimentos e novas filiações a redes, cujo foco será a sustentabilidade do segmento hoteleiro.

As cias. aéreas retomarão frequências outrora canceladas, mas priorizarão as mais rentáveis, isso é fato, afinal todo caixa tem limite.

Locadoras terão grandes oportunidades com terceirizações de frotas, algo que já vinha acontecendo.

Os cruzeiros marítimos demorarão um pouco para terem os primeiros sinais positivos, mas cias. marítimas já estão obtendo recursos para superarem esse momento turbulento.

Temos pontos negativos para nosso segmento? Sim, diversos.

Mas também temos diversas oportunidades e devemos saber aproveitá-las.

Após essa crise, teremos um novo mercado. Será que já não estava na hora de pensarmos em trabalho home office? Será que não estava na hora das empresas em geral revisarem suas estratégias e logísticas, principalmente de infraestruturas tecnológicas, com menos custos e mais liquidez? O mundo vem mudando rapidamente e quem sabe agora, todos nós paremos e revisemos nossos conceitos: de empresa, de vida, de seres humanos que somos, existe algo maior por trás disso. Será em vão passarmos por essa crise se não tivermos aprendido algo diferente, se não tivermos nos tornado pessoas melhores. O mundo precisa disso!

Mais do que nunca, precisaremos utilizar os seguintes ingredientes para atravessarmos essa crise juntos e sobrevivermos à ela:

  • Respeito

  • Ética

  • Honestidade

  • Tecnologia

  • Empatia – pensar no próximo

  • Planejamento

  • Ousadia

  • Estratégia

  • Marketing

  • Sustentabilidade

  • Coragem

  • Humildade

  • Criatividade

Que tal somarmos esses ingredientes e fazermos uma receita de sucesso para superarmos essa fase?

Pensem nisso, o turismo é forte e o mercado sabe disso!

Com carinho,

Wilson Silva


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